Entrevista com Daniel Latorre do Hammond Grooves para o site Palco Alternativo
Os primeiros modelos do Hammond datam da década de 1930. Desenvolvido e construído por Laurens Hammond, o órgão eletro-mecânico era inicialmente uma alternativa de baixo custo ao órgão de tubo das igrejas, mas acabou sendo incorporado no jazz e blues e, mais tarde, em vertentes do rock’n’roll e reggae, nas décadas de 60 e 70.
Este instrumento quase centenário, chamou a atenção do músico Daniel Latorre quando ele ainda era criança. “Eu tinha uns 10 anos, quando vi na TV uma pessoa tocando um Hammond. Era o Jimmy Smith. Naquela época não havia internet, então, eu fui numas lojas de disco no centro e achei um disco dele.” A partir dali, Jimmy Smith seria uma de suas principais influências e grande responsável pelo interesse de Daniel pelo Hammond. “O Jimmy Smith é o Jimi Hendrix do órgão Hammond”, comentou Daniel em show que o Palco Alternativo esteve presente, no Jazz B, em São Paulo.
“Meu primeiro Hammond foi um modelo da década de 40, eu ainda tenho ele em casa. A partir dali, eu comecei a estudar [o instrumento] e não parei até agora”, conta Daniel.
O músico fundou o trio em 2004, sem grandes pretensões, mas a proposta foi se modificando ao longo dos anos. “O Hammond Grooves surgiu meio que de brincadeira, a ideia era realmente tocar as grooves do Hammond, sons de Jimmy Smith, Grant Green… Mas, a gente descobriu que dava pra fazer uns grooves nossos também”, conta Latorre.
Nos shows realizados pelo trio – completam a formação Wagner Vasconcelos (bateria) e Filipi Galandri (guitarra)–, Daniel toca um Hammond modelo B3, mais conhecido, e fabricado na década de 60, que adquiriu na Califórnia. “Eu reformei ele todo. Eu mesmo que faço a manutenção do órgão”.
Além dos grooves do Hammond, os rapazes tocam músicas autorais, nas quais misturam o jazz com ritmos brasileiros, é o caso das faixas “Funktaztick” (maracatú-jazz), “Chá com Bolo” (baião-jazz) e “Samba da Rede” (samba-jazz), que devem estar nos próximos trabalhos da banda. Daniel conta que eles já têm dois discos de músicas autorais gravados em fase de finalização. “O primeiro deles deve ser lançado em breve”, conta.
Na “Toc Toc Island”, música autoral do grupo em homenagem à “Cataloupe Island”, de Herbie Hancock, o trio faz referências a diversos clássicos do rock. “Eu transitei do rock’n’roll para o jazz. Essa música é uma forma de homenagear os caras que a gente também gosta, tocando outro estilo, que é o que eles gostavam também. Além disso, é uma quebra de paradigmas: é possível gostar de jazz e de rock, ao mesmo tempo”, explica Latorre.
Um diferencial do show do Hammond Grooves é a interação com a plateia. Entre uma música e outra, Latorre explica os ritmos, o funcionamento e história do Hammond, numa verdadeira aula e bate-papo com o público. “Gostamos de contextualizar tudo, essa interação com o público também nos aproxima e faz com que eles entendam melhor o que estamos fazendo. No segundo set, nós temos atenção total para tocar uma música lenta, por exemplo”, comenta.
Para Daniel Latorre, o jazz aproxima as pessoas. “É uma música na qual impera uma liberdade de poder solar. O solo numa música é um depoimento seu. O jazz é como se fosse uma mistura, essa mistura tem a ver com quem você é.”
Há mais de uma década na atividade, a Hammond Grooves está em seu melhor momento, diz Latorre. “Demorou muito para eu achar o caminho. Antes foi muito legal, importante, mas os últimos 3 anos tem sido o Hammond Grooves autêntico, com essa mistura de estilos.”
O trio já se apresentou em vários festivais nacionais e internacionais, e continuamente faz temporadas nas casas de shows e bares do gênero em São Paulo. Fique ligado na agenda da banda divulgada semanalmente em seu site e nas suas mídias sociais: http://www.hammondgrooves.com.br/#services
Hammond Grooves em apresentação no JazzB, centro de São Paulo. Foto: Rafael Gushiken |
A banda surgiu da paixão de Daniel
Latorre pelo órgão vintage Hammond. Em entrevista ao Palco Alternativo*,
o músico conta que este é o melhor momento da Hammond Grooves, o mais
autêntico
Este instrumento quase centenário, chamou a atenção do músico Daniel Latorre quando ele ainda era criança. “Eu tinha uns 10 anos, quando vi na TV uma pessoa tocando um Hammond. Era o Jimmy Smith. Naquela época não havia internet, então, eu fui numas lojas de disco no centro e achei um disco dele.” A partir dali, Jimmy Smith seria uma de suas principais influências e grande responsável pelo interesse de Daniel pelo Hammond. “O Jimmy Smith é o Jimi Hendrix do órgão Hammond”, comentou Daniel em show que o Palco Alternativo esteve presente, no Jazz B, em São Paulo.
“Meu primeiro Hammond foi um modelo da década de 40, eu ainda tenho ele em casa. A partir dali, eu comecei a estudar [o instrumento] e não parei até agora”, conta Daniel.
O músico fundou o trio em 2004, sem grandes pretensões, mas a proposta foi se modificando ao longo dos anos. “O Hammond Grooves surgiu meio que de brincadeira, a ideia era realmente tocar as grooves do Hammond, sons de Jimmy Smith, Grant Green… Mas, a gente descobriu que dava pra fazer uns grooves nossos também”, conta Latorre.
Nos shows realizados pelo trio – completam a formação Wagner Vasconcelos (bateria) e Filipi Galandri (guitarra)–, Daniel toca um Hammond modelo B3, mais conhecido, e fabricado na década de 60, que adquiriu na Califórnia. “Eu reformei ele todo. Eu mesmo que faço a manutenção do órgão”.
Além dos grooves do Hammond, os rapazes tocam músicas autorais, nas quais misturam o jazz com ritmos brasileiros, é o caso das faixas “Funktaztick” (maracatú-jazz), “Chá com Bolo” (baião-jazz) e “Samba da Rede” (samba-jazz), que devem estar nos próximos trabalhos da banda. Daniel conta que eles já têm dois discos de músicas autorais gravados em fase de finalização. “O primeiro deles deve ser lançado em breve”, conta.
Na “Toc Toc Island”, música autoral do grupo em homenagem à “Cataloupe Island”, de Herbie Hancock, o trio faz referências a diversos clássicos do rock. “Eu transitei do rock’n’roll para o jazz. Essa música é uma forma de homenagear os caras que a gente também gosta, tocando outro estilo, que é o que eles gostavam também. Além disso, é uma quebra de paradigmas: é possível gostar de jazz e de rock, ao mesmo tempo”, explica Latorre.
Um diferencial do show do Hammond Grooves é a interação com a plateia. Entre uma música e outra, Latorre explica os ritmos, o funcionamento e história do Hammond, numa verdadeira aula e bate-papo com o público. “Gostamos de contextualizar tudo, essa interação com o público também nos aproxima e faz com que eles entendam melhor o que estamos fazendo. No segundo set, nós temos atenção total para tocar uma música lenta, por exemplo”, comenta.
Para Daniel Latorre, o jazz aproxima as pessoas. “É uma música na qual impera uma liberdade de poder solar. O solo numa música é um depoimento seu. O jazz é como se fosse uma mistura, essa mistura tem a ver com quem você é.”
Há mais de uma década na atividade, a Hammond Grooves está em seu melhor momento, diz Latorre. “Demorou muito para eu achar o caminho. Antes foi muito legal, importante, mas os últimos 3 anos tem sido o Hammond Grooves autêntico, com essa mistura de estilos.”
O trio já se apresentou em vários festivais nacionais e internacionais, e continuamente faz temporadas nas casas de shows e bares do gênero em São Paulo. Fique ligado na agenda da banda divulgada semanalmente em seu site e nas suas mídias sociais: http://www.hammondgrooves.com.br/#services
*Esta entrevista foi feita conjuntamente com o SP da Garoa, parceiro do Palco Alternativo. Confira o Roteiro Cultural ~São Paulo do Jazz & Blues