O The Jazz Loft é ao mesmo tempo sobre o homem que documentou tudo isso, outrora consagrado pela revista Life Magazine, o fotojornalista, W. Eugene Smith, sobre os músicos e as sessões que eles tocaram. Transitando pela vida pessoal e profissional, Smith expõe seu obcecado lado artístico e seu comprometimento com suas produções. Largando sua esposa e crianças em sua residência na parte norte de New York para se dedicar integralmente a sua fotografia, Smith montou um loft na Sexta Avenida 821 assim que as coisas começaram a esquentar.
No final dos anos de 1950 artistas e músicos começaram a morar ilegalmente em um prédio residencial no bairro Chelsea’s Flower District. De noite, lendas do jazz como o Thelonious Monk e em uma ocasião particular, Salvador Dalí, (entre os muitos gênios criativos), passavam no loft do pianista Hall Overton para se encontrar e tocar; de dia as ruas em volta da Sexta Avenida e a rua 28W desabrochavam os negócios no distrito das floriculturas e suas novas encomendas. Por ser um bairro estritamente comercial, não havia quem reclamasse do barulho e fumaça de cigarro vinda do loft, pelo menos até as primeiras horas do dia.
Overton era o vizinho colado e síndico do condomínio de W. Eugene Smith, a "vibe" criativa do prédio era tanta que Smith podia frequentar e entrar sempre que quisesse, gravando e fotografando obsessivamente todos que iam na casa de Overton. Instalou microfones nas paredes e teto do seu apartamento até o de Overton, o que Smith gravou e deixou é um retrato interessante de um fotógrafo excêntrico. Estas imagens e gravações retratam intimamente um underground Nova-iorquino mítico e criativo que metaforicamente define a cidade e a atração que exerce sobre os artistas.